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quinta-feira, abril 22, 2010

O livro de Lucas


Lucas: E se a gente casasse virgem?
Pedro: Cê tá de sacanagem?!
Lucas: Sério. Já pensou o quanto seria original?
            Nós seriamos noticia em todos os jornais, ...depois a gente poderia escrever um livro sobre o 
            assunto e dar até palestras.
Pedro: Lucas, nós já somos noticia. Somos os únicos adolescentes virgens do colégio.
Lucas: ...sei não...
Pedro: ...!!??!!
Lucas: E se a gente parasse de mentir.
Pedro: Cara você sabe quantos anos de evolução foram necessários para que a humanidade se
             aperfeiçoasse na mentira ao ponto em que todos nós pudéssemos nos iludir com as
             falsas ilusões do Big Brother, com as manipulações em massa etc. Foram séculos e séculos de
             aperfeiçoamento para que a população fosse domesticada de modo que pudéssemos nos  
             livrar da bendita liberdade de escolha e consumir aquilo que não necessitamos sem ter o peso
             na consciência que milhares de pessoas na áfrica não morreriam de fome se pudessem comer  
             o lixo que jogamos fora todos os dias.
             Quantos casamentos foram salvos pelas mentiras não descobertas. Quantas pessoas se     
             enriqueceram vendendo falsas ilusões, quantas pessoas morreram felizes acreditando em  
             falsas promessas de falsos profetas.
             Ai vem você e decide mudar o ciclo natural das coisas.
             Você deveria se envergonhar de tamanha ingratidão.
             A mentira sustenta a ordem mundial.
Lucas: ...sei não...
Pedro: Daqui a pouco você vai propor que nos amemos incondicionalmente.
Lucas: Boa idéia.
Pedro: Cara você fumou alguma coisa estranha.
             De onde você está tirando essas idéias absurdas?
Lucas: De um Livro, ... acho que é um romance, ... alguns capítulos são escritos em forma de carta.
            Lá diz que todos os homens deveriam dedicar suas vidas a agradar a um Deus que tem o     
            sobrenome Amor. Diz que se nós fizéssemos isso o mundo teria paz, todos se dedicariam ao 
            amor ao próximo, ao respeito mutuo, seria um mundo de pureza, de bondade, de amizade, de 
            amor. Imagine um lugar onde todos nós fizéssemos as coisas certas, de forma honesta, todos  
            tendo tudo em comum.
Pedro: Mas como seria chamado esse lugar?
Lucas: Acho que podemos chamá-lo de igreja.
Pedro: E o que significa igreja?
Lucas: Alguma coisa do tipo: reunião dos imperfeitos, miseráveis, insuficientes, desajeitados, mas
            justificados pela graça. Deveria ter mais alguns adjetivos pejorativos ai, mas me esqueci do 
            restante.
Pedro: Você conhece alguém que poderia nos ajudar com isso?
Lucas: Tem um cara, ... acho que o nome dele é Jesus.
Pedro: Como podemos falar com ele? Você tem um telefone, email, twitter ou coisa parecida?
Lucas: Dizem que é só falar de qualquer jeito em qualquer lugar que ele te escuta.
Pedro: Tá bom, ... então você tá me dizendo que esse tal Jesus é um daqueles satélites da NASA?
Lucas: Quase isso, só que mais potente. Dizem que ele ouve até pensamento.
Pedro: Já chega cara.
            Olha não leve a mal não, ... tudo isso é uma boa idéia, mas já ta indo longe demais.
            Você acha mesmo que existe uma pessoa que pode ler meus pensamentos?
            Cara se isso fosse possível eu estaria muito encrencado. 
            E esse tal de Jesus é tão puro e perfeito que eu não poderia nem chegar perto dele.
Lucas: Não se preocupe com isso. O livro diz que ele é meio esquecido. Diz que existe um mar
            chamado mar do esquecimento onde ele joga todas as nossas confissões.
Pedro: Sei não cara. Eu ouvi falar de umas pessoas que já tentaram algo parecido com isso e se
            deram mal. Mahatma Gandhi, Madre Teresa, Martin Luther King, John Donne.
Lucas: Gente boa eles!
Pedro: E como seriam chamados os cidadãos desse local?
Lucas: Acho que eles eram chamados de cidadãos da Jerusalém celestial.
Pedro: Eram chamados?! Quer dizer que já teve pessoas que tentaram isso?
Lucas: Faz muito tempo... acho que foram doze pessoas. Tinha um chamado Judas, ele desertou.
            Depois entrou um tal de Paulo e deu mais força ao movimento.
Pedro: E onde estão eles?
Lucas: Morreram.
Pedro: Como?
Lucas: Decapitados, esfolados, sacrificados, coisas desse tipo. Teve até um que morreu crucificado
            de cabeça para baixo.
Pedro: Quer dizer que não é um piquenique? É tipo uma passagem só de ida?
Lucas: Isso ai meu irmão. Quem lança a mão no arado não pode olhar pra traz.
Pedro: Que loucura...
             Não acredito que eu to fazendo isso.
             E então, por onde a gente começa? Qual o primeiro passo?
Lucas: PRIMEIRO CONSAGRE-SE.
Pedro: E depois?
Lucas: DEPOIS CONCENTRE-SE.

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